Top 5 best girls - Araburu Kisetsu no Otome-domo yo
Acabei de assistir Araburu Kisetsu no Otome-domo yo, um animê agradável que aborda amadurecimento, primeiros romances da juventude e, essencialmente, o interesse pela sexualidade, algo mais que normal na adolescência — apesar de ter sido um pouco esquecido em meados da série. A obra trabalha com um grupo de cinco meninas no clube de literatura da escola, as quais se interessam bastante em contos sutilmente eróticos como forma de "apreciação" desse tipo de arte. No geral, achei o animê meio clichê e rushado em certas partes (okay, já não superestimo romance escolar japonês de 12 episódios), porém foi agradável de assistir, em especial, pelo traço delicado que mais se assemelha à demografia shoujo. Cada garota da série possui uma peculiaridade ou conflito interno em relação ao autodescobrimento, que são desenvolvidos com o passar da trama de forma, digamos, simplória e acelerada. Enfim, sem mais delongas, irei comentar, neste blog, alguns pensamentos sobre as protagonistas, não sendo necessariamente uma análise metódica, mas, sim, divagações que tive ao longo da maratona em formato de "top 5 best girls".
5º lugar - Kazusa Onodera.
A protagonista que possuiu mais destaque no quesito de "desenvolvimento" romântico com o parceiro, apesar da personalidade passiva, genérica e excessivamente insegura, fazendo questão de se inferiorizar em relação às outras meninas, graças ao trauma de bullying no passado. Tudo bem a personagem ter traços negativos, até a torna mais humanizada, porém, neste caso, nada me fez simpatizar com a Kazusa. Em seus arcos, a "progressão" era lenta e irritante, sendo os problemas prolongados por sua falta de comunicação, vergonha exagerada ou desejo incessante de correr para longe do elenco. Foi literalmente necessário a Sugawara dar um brusco empurrão para fazer aquele par de totens, vulgo Kazusa e Izumi, sair do lugar e se tornar um casal mecanizado; sendo franca, o amigo de infância não parecia interessado romanticamente ou sexualmente na Onodera, só pareceu uma decisão de ter unido o conveniente ao agradável. Nos últimos episódios, houve até uma espécie de redenção da jovem em ser mais aberta com seus sentimentos, entretanto, não me agradou o suficiente, já que o ser não esboçou nenhuma reação de fúria pela amiga suculenta e "fura-olho". Enfim, achei que foi uma presença mongolóide típica de adolescente bobinha de shoujo (alguém precisava ter cumprido esse papel no quinteto), tendo seu final feliz mais óbvio do que encerramento ruim em shounen de lutinha.
4º lugar - Momoko Sudō.
A lésbica que sempre ficou eclipsada em comparação às outras garotas, tanto que economizaram com seu design de personagem secundário (sério, até a gyaru é mais caprichada). Não a coloquei em último lugar porque sua personalidade era tolerante, suas falas demonstraram algum posicionamento próprio e seu progresso amoroso saiu do clichê. Logo quando chegou aquele garoto com feição de babaca escolar à lá Emergence, soube que o progresso da Momoko seria diferente, além da sua dúvida sobre sexualidade em comentários ambíguos — apenas de não ter sido um conflito explícito ou bem trabalhado. Inexperiente, sem sorte com o sexo oposto e só sobrando tempo de tela ao lado da bela Sugawara, exalando feromônios; foi compressível a Sudō só cair de cabeça. Uma pena o pouco destaque, em vários sentidos, que a Momoko ganhou, sequer mostraram se a coitada ficou ou não apenas na "friendzone".
Observação: impressão minha, ou durante a trajetória dela mostrando atração sexual por mulheres foi abordada de forma pejorativa?
3º lugar - Rika Sonezaki.
Ela pode ser bonita, mas não conquistou o primeiro lugar, infelizmente. Sonezaki foi uma personagem que alcançou a redenção mesmo com sua personalidade petulante e preconceituosa no início. Na verdade, admito ter ficado impressionada com sua hipocrisia tridimensional em relação à futilidade, por exemplo, importando-se com aparência ou opinião alheia. Iludia-se criticando os outros por causa das cicatrizes do bullying, mas só foi ser chamada de fofa inúmeras vezes que decidiu namorar o figurante. Rika foi a que teve o desenvolvimento mais rápido da série, além de ser a primeira a formar um casal (tão ligeiro que faltou base para evoluir isso). Sinceramente, superestimei a personagem orgulhosa e reservada com homens, além da sua pseudorrelação amistosa com a gyaru. Resumo da ópera: Sonezaki se resolveu já na metade do animê, mesmo ainda tendo seu problema mal explorado de autoaceitação. Okay, achei a declaração dela na fogueira meiga e gostei como ela dialogou abertamente com o namorado por telefone, diferentemente de Kazusa e do Izumi.
2º lugar - Hitoha Hongō.
Emocionei-me só de presenciar este olhar sofrido e batalhador da Hongō, personagem mais guerreira da série que, mesmo tendo seus bloqueios sexuais como suas amigas, lutou para seguir seu objetivo até o final. Triste, amigos, mas nada aconteceu. Aliás, senti que o casal com o professor foi bem forçado e inatingível, sobrando apenas como alívio cômico (falta de respeito com a Hitoha). No começo, fiquei surpresa quando soube que o professor seria seu par romântico, ainda mais com as investidas audaciosas ao vivo. No entanto, com o completo desinteresse do sensei, olhando-a até com um certo desdém, só queria que tentassem parar de progredir o casal o mais rápido possível — além disso, era bem desarmônico os dois, beirando o ilícito pela pequena estatura da Hongō. A personagem queria tanto desfrutar do coito para aprender mais sobre o mundo adulto, mas não se deu ao trabalho de conhecer outra pessoa; pior ainda, apaixonou-se pelo professor que faz “es-ee-ecks” virtual com menor de idade e que gosta de outra mulher, lamentável — okay, estou ciente que depois ela mudou o formato de escrita.
Observação: estranhei como a Hitoha sempre se portou bastante distante do grupo de amigas, ganhando até o título de "misteriosa" do quinteto. Poderia ter ocorrido um diálogo agregador entre ela e outra menina para trocar conselhos ou tirar dúvidas. Acredito que, dessa forma, o manifesto da amizade no final ganharia mais peso. O mesmo para o caso da Sonezaki, já que ambas permaneciam excluídas do trio "best friends" (Kazusa, Momoko e Sugawara).
1º lugar - Niina Sugawara.
O que dizer desta mulher, amigos? Creio que a maioria não gosta dela por ter dado em cima do namorado da "melhor amiga", mas, mesmo assim, não consigo odiá-la. A personagem se mostrou muito interessante em diversos pontos, como sua personalidade singela, misteriosa e, ao mesmo tempo, tão precisamente direta; Niina transpareceu várias facetas no decorrer da série: obstinada, hedonista, apaixonada e sexual. Os pensamentos sobre sua breve existência, desejando aproveitar dos prazeres da vida antes da morte eminente, o medo de ficar sozinha e perder uma ideia de paixão, fazendo-a agir no impulso e colocando seus sentimentos como prioridade, a autorreflexão sobre seu próprio comportamento pretensioso. Tudo isso me encantou. Seu passado sofrendo, claramente, abuso psicólogico de um cretino — que usa como argumento "apreciar pureza" — também deu mais sustância para a base ideológica da personagem, quebrada e sem identidade. Além disso, Sugawara é a "One Punch-Man" do animê, batendo em adorador de moe nojento (infelizmente não houve troca de socos com a Kazusa).
Observação: sim, o Izumi ficaria melhor com ela, além de que teria quebrado este clichê horroroso de amigos de infância.
Menção honrosa.
Sonoe Jūjō, gyaru simpática, autêntica, estilosa e mãe de família.
Fim. Comente aí, meu bacana.
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